La poesia e la sapienza del mondo, di Marco Ceriani

Primo Levi no Brasil, por Helena Bressan Carminati






Primo Levi (1919-1987), escritor, químico e judeu italiano, ao vivenciar a Segunda Guerra Mundial, de forma peculiar, como prisioneiro em Auschwitz, deu forma à literatura como um espaço de reflexão e memória e é reconhecido por suas três principais obras: A Trégua (1963), É isto um homem? (1947) e Os afogados e os sobreviventes (1986). Contudo, o autor é ainda lembrado por sua primeira obra, a de maior impacto: É isto um homem? na qual relata a vida nos campos de concentração, especificamente em Auschwitz-Birkenau, para onde foi deportado em fevereiro de 1944: “Fui detido pela Milícia fascista no dia 13 de dezembro de 1943. Eu tinha 24 anos, pouco juízo, nenhuma experiência [...]” (Levi, 1988, p. 11). Com uma narrativa que aparenta ter o tom de um relato, testemunho, o autor oferece um olhar singular a partir do momento em que questiona as desumanidades cometidas pelo próprio homem; externalizando uma necessidade de falar e também de resistir contra o silêncio daqueles que não o fizeram.






Entretanto, no Brasil todos os seus livros foram traduzidos ainda que anos após suas publicações na Itália. Dentre as traduções temos, em ordem cronólogica: É isto um homem? de 1988 e com uma segunda edição em 2000, ambas pela editora Rocco e tradução de Luigi del Re; Os afogados e os sobreviventes, com duas edições, a primeira de 1990 e a segunda de 2004, pela editora Paz e Terra e tradução de Luis Sérgio Henriques; A tabela periódica, de 1994, pela editora Relume-Dumará e também tradução de Luis Sérgio Henriques; A trégua, de 1997 pela Companhia das Letras e tradução do atual presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi; Se não agora, quando?, de 1999, também pela Companhia das Letras e tradução de Nilson Moulin; O último natal de guerra, de 2002, pela editora Berlendis & Vertecchia, e tradução de Maria do Rosário Toschi; 71 Contos, de 2005, pela editora Companhia das Letras e tradução de Maurício Santana Dias e A chave estrela de 2009 pela mesma companhia e tradutor.

Todas as obras reverberam sua experiência concentracionária no Lager, mas também fazem parte de sua formação e trajetória científicas como químico na cidade de Turim. Assim, devemos considerar que apesar de ser categorizado como “principal escritor de literatura pós guerra”, Levi também produziu contos de ficção científica, narrativas fantásticas e poemas (ainda não traduzidos para o português brasileiro). Portanto, temos É isto um homem?, a Trégua, Os afogados e os sobreviventes, Se não agora, quando?, como narrativas e reflexões construídas a partir de sua vivência em Auschwitz e A tabela periódica, O último natal de guerra, 71 Contos, A chave estrela, em que o autor cria personagens e constrói enredos a partir de sua experiência como químico.

Para mais informações, acesse o Dicionário Bibliográfico de Literatura Italiana Traduzida no Brasil.




como citar: CARMINATI, Helena Bressan. Primo Levi no Brasil. In Literatura Italiana Traduzida, v.1., n.2, fev. 2020. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/209956