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Literatura Italiana Traduzida ISSN 2675-4363
Antonella Anedda
Poesia feminina
Tatiara Pinto
em
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Imagem: pxhere.com |
A
carência de sentido da palavra, seu desgaste, relaciona-se com a concepção de presente,
ou com a falta do discurso teórico em lidar com o presente das suas asserções políticas,
diz o professor, crítico e poeta Marcos Siscar em Poesia e Crise[1]. A pertinente colocação faz referência
ao discurso teórico, neste texto iremos pensar como a poesia contemporânea de Antonella
Anedda (1955) ao falar liga-se ao presente.
Em entrevista concedida à Patricia Peterle e Elena Santi[2], publicada em Vozes: cinco décadas de poesia italiana, Anedda diz que a poesia quando
realmente fala nunca é desgastada e quem escreve poesia não se opõe ao mundo, mas
à arrogância e ao poder. Sendo assim, iniciamos essa proposta de leitura a título
de apresentá-la ao leitor brasileiro, haja vista que sua obra ainda não foi traduzida
em língua portuguesa.
A
produção poética de Anedda já alcança quase trinta anos, em 1992 ela debutou com
a publicação de Residenze invernali; em
1999 ao publicar Notti di pace occidentale
recebeu o prêmio Eugenio Montale, seguido de Il catalogo della gioia (2003), Dal
balcone del corpo (2007) e com a coletânea, que terá nossa atenção aqui, Salva con nome (2012), recebeu os prêmios
Viareggio-Rèpaci, Frascat e Pascoli. E mais
recentemente publicou Historiae (2018).
Salva
con nome[3] foi escolhido como corpus de acordo com um levantamento de temas
que giram em torno da relação com a palavra e em como sobrevive a poesia contemporânea
diante da banalização da vida. Tema este que poderia também levar-nos à leitura
de Notti de pace occidentale, já que o
fio condutor deste livro perpassa pela memória sangrenta do ocidente (de Auschwitz
à Guerra do Golfo)[4] e se interroga sobre os destinos do mundo.
No entanto, na obra escolhida, publicada treze anos depois de Notti di pace occidentale, os horrores da
história parecem mais elaborados junto da potência poética de desmontar e rearmar
quadros, ou seja, aparenta abarcar uma maior reflexão sobre este poder da palavra.
Não
poderíamos falar do movimento de compor e descompor quadros e imaginar novos mundos,
elementos presentes em Salva con nome,
sem levar em consideração o livro de ensaios La vita dei dettagli[5], no qual Anedda descreve-se como adoradora
silenciosa de quadros e colecionadora de perdas, quando grande parte dele assemelha-se
a uma galeria de arte, em que cada página contém uma pintura, uma fotografia ou
uma colagem acompanhada de comentários que dão vida aos detalhes. Na entrevista
de Vozes, Anedda atribui ao estudo da iconologia sua base mais científica do que
lírica e por esta razão a regra iconoclasta corrigia sua emoção. De fato, seus versos
dão ao leitor imagens destacadas, quadros sensoriais que buscam evitar a retórica,
há um intento de explorar os limites da imagem, de dar novos sentidos a partir dos
detalhes, para pensar o próprio cotidiano. O trato temático desta poética, no geral,
perpassa o sensível da vida, seus versos esperam um só milagre: que as vidas parem
de adensar-se.
Em
Salva con nome não é diferente, vamos
ler o terceiro poema “Spettri”, e a seguir o que costumamos chamar de tradução de
serviço:
Spettri
Espectros
Sostentati dal
nulla
Sustentados pelo nada
esistenti solo
dove si sogna
existentes apenas onde se sonha
fluttuanti
senza sapere
flutuantes sem saber
non più
concreti del vapore
não mais concretos que vapor
che sale dalla
teiera que sobe do bule
eppure ancora
capaci di sentire e ainda capaz de
ouvir
la forma di
ogni separazione a forma de cada separação
la precisione
con cui la morte a precisão com ele a
morte
ci tagliava
via uno dall’altro: nos cortava fora um do outro:
lo spazio che
faceva esponendoci
o espaço que fazia nos expondo
vuoti di luce,
poi sfaldati. vazios de luz, depois
desfeitos.
I I
Mette in fila
i ricordi Coloca em fila as
recordações
Loro gridano
che non sono mai esistiti.
Elas gritam que nunca
existiram.
Mette in fila
i nomi Coloca em fila os nomes
Loro battono
insieme come cucchiai di legno.
Eles batem juntos como colheres de pau.
Mette in fila i visi e loro a schiera si
sfaldano Coloca em fila os
rostos e eles em fileira se desfazem
Confondendo le
unghie con i suoni.
Confundindo as unhas
com os sons.
Parla con l’aria. Fala com o ar.
“Tu non
ferisci” dice, “Você não machuca” diz,
Ma l’aria
brucia e rade – a falce – il passato.
Mas o ar queima e raspa - a
foice - o passado.
II […] II
[…][6]
O poema é precedido da imagem de uma moldura de conteúdo vazio, central para a leitura proposta aqui. O metro é livre e os versos iniciam-se com o ritmo bem marcado pela assonância (sostentati, esistenti, fluttuanti), nos cinco primeiros versos há a descrição da natureza do espectro e sua composição imaterial. Como uma sequência de quadros rarefeitos o poema adjetiva os espectros: “sustentados pelo nada”; “existentes só onde se sonha”; “flutuantes sem saber” e “não mais concreto que vapor”. Posta paradoxalmente esta não-forma, o poema evoca o momento em que ainda é capaz de ouvir a separação precisa “nos cortava fora um do outro:/ o espaço que fazia nos expondo,/ vazios de luz” (v. 9 - 11). A morte como representação limítrofe da recordação, cuja separação é enunciada com o verbo cortar, um corte expositor da fronteira entre o material e a vida que esvai, o corpo fantasmático. As imagens da primeira parte do poema gradativamente desmaterializam-se e terminam em vazios de luz, reforçando a imaterialidade, a inapreensibilidade destes espectros.[7]
A
parte I elabora outras formas espectrais. A repetição anafórica de “mette in fila”
coloca em tensão, três vezes, o ato de sistematização de algo efêmero e dinâmico
como as lembranças, gerando a personificação destas recordações, que respondem gritando
nunca terem existido, ou seja, escapam da tentativa de organizá-las. E o ato de
enfileirar os rostos produz o desfazer da imagem, compondo a obliquidade espectral, a confusão
entre o material, a unha, e algo da ordem do não-visto como o som, beirando a desrazão
própria de imagens turvas.
O enfileirar dos nomes, “batem como colheres de pau”, aloca-os na categoria dos
utensílios, questionando os significantes.[8] Aqui acrescenta-se a não coincidência
dos nomes e dos corpos com as coisas, ideia medular de Salva con nome. Na
seção “Concerto per paura, coro e voce” em um poema sem título encontramos os versos:
“i nomi non coincidevano più con le cose/ e neppure i corpi”[9]. Tema que traz à tona a tensão dialética
entre fenômeno, ideia e linguagem.
Tema
esse largamente explorado pela tradição italiana, por exemplo, Luigi Pirandello
através do icônico personagem Vitangelo Moscarda indaga: que culpa temos se a palavra
está vazia.[10] Giorgio Caproni, na seção “I lamenti”, no livro Il passaggio d’Enea diz: “Ahi os nomes ao eterno abandonados”, “o infinito
caos dos nomes já vazios e a guerra penetrada nos ossos”[11], aqui a causa desse esvaziamento do nome
é a guerra. E o mais atroz dos exemplos, Primo Levi a partir
da experiência como prisioneiro de Auschwitz-Birkenau, testemunhada em É isto
um homem?:
“Roubarão também o nosso nome, e, se quisermos mantê-lo, deveremos encontrar dentro
de nós a força para tanto, para que, além do nome, sobre alguma coisa de nós, do
que éramos” [...] “meu nome é 174 157”[12].
Alguns destes exemplos foram abordados
pelo professor
Enrico Testa (Univ. de Genova) na disciplina “Às margens da poesia e do romance.
Da língua suspensa entre gramática e sentido ao personagem menor da narrativa” ministrada
na UFSC em agosto de 2019 enquanto atividade do Projeto Internacional Literatura e arte no pensamento italiano – CAPES-Escola
de Altos Estudos.
Para
refletir criticamente sobre este traço da poesia de Antonella Anedda recorro à Judith
Butler. Conhecida pela obra Problemas de gênero - feminismo e subversão da identidade (1990), ela se afirmou no debate internacional
não apenas pela desconstrução da ideia de gênero com a teoria antirrepresentativa
do sexual, nem somente pela profunda incursão que fez do uso político da noção de
identidade social, tampouco por fundar a Teoria Queer, mas também porque
sua obra propõe uma revisão teórica da noção de sujeito.[13] Em Relatar a si mesmo: crítica da violência ética a autora afirma “de certa forma, ser um corpo é o mesmo que ser privado
de uma recordação completa da própria vida. Meu corpo tem uma história da qual não
posso ter recordações.”[14] E acrescenta que não há criação de si
(poiesis) fora de um modo de subjetivação
(assujettisement) e nem fora das normas
que orquestram as formas possíveis que o sujeito deve assumir. O poema “Spettri” quando coloca em xeque a noção de identidade
e insiste na ordenação de lembranças, nomes, rostos e nos resultados desastrosos
desse enquadramento, expõe os limites do horizonte epistemológico dentro do qual
os sujeitos devem possuir.
Ao
dizer que ter um nome é fugir dele até o nome que se é, nota-se um percurso evolutivo,
independente do nome recebido ao nascer. O que se confirma com outro verso da autora:
“nome é também chegar a si mesmo”, atribuído à reflexão do livro Il Midrash (1996) de Giacoma Limentani, ao
fato linguístico de que em hebraico Shem (nome) e Sham (lugar, no sentido de ir)
tem a mesma raiz. O nome seria então um lugar a se chegar, o qual se presume uma
jornada: “passar pela aridez do próprio deserto”, diz Anedda em entrevista para
Vera Lúcia de Oliveira (2014)[15].
Há
ainda uma parte da existência que não pode ser narrada, a recordação que grita não
ter existido está mais para a ordem do esquecido do que para o memorado. O que nos
leva a ideia de opacidade de nós mesmos, enquanto constituição mnemônica de uma
identidade dinâmica e que quando fala de si (agora) já não corresponde temporalmente
a si mesmo (passado). Para Butler reconhecer nossa opacidade e que não somos os
mesmos que nos apresentamos no discurso poderia implicar em paciência com os outros
e isso suspenderia um inevitável fracasso:
Para
mim, suspender a exigência da identidade pessoal, ou, mais especificamente, da coerência
completa parece contrariar certa violência ética, que exige que manifestemos e sustentemos
nossa identidade pessoal o tempo todo e requer que os outros façam o mesmo. A capacidade
do sujeito de reconhecer e ser reconhecido é gerada por um discurso normativo cuja
temporalidade não é a mesma da perspectiva da primeira pessoa. Essa temporalidade
do discurso desorienta nossa própria perspectiva. Portanto, segue-se que só podemos
reconhecer e ser reconhecidos sob a condição de sermos desorientados por algo que
não somos, sob a condição de experimentarmos uma descentralização e “fracassar”
na tentativa de alcançar nossa identidade pessoal. Pode surgir um novo sentido de
ética desse inevitável fracasso ético? Acredito que sim, e que seria resultado da
propensão em reconhecer os limites do próprio reconhecimento. [...] Reconhecer nossa
própria opacidade ou a opacidade do outro, é experimentar os próprios limites do
saber.[16]
O
fracasso ético resultante da dificuldade de reconhecer-se, ou de reconhecer os limites
do saber, leva água ao moinho da legitimidade e dos limites do nosso conhecimento,
à Isabelle Stengers[17]. No
tempo das catástrofes[18] ela diz que nós temos conhecimento, mas
não devemos considerar que nós próprios temos autoridade suficiente para compreender
o significado daquilo que conhecemos e levanta a necessidade de se fazer um ralentamento
com o nosso modo de dar significados.
Foto de Dino Ignani |
Salva
con nome se
inscreve em um contexto de crise, agravada em 2008 na Europa. A Itália em 2012,
ano da publicação do poema, tinha um estoque de dívida pública de 2 trilhões de
Euros, uma taxa de desemprego que beirava os 10% somado ao desiquilíbrio nas contas
públicas e baixo crescimento.[19] Impossível precisar o quanto este momento
de crise afetou as pessoas e as artes, no entanto, o poema e trechos lidos aqui
enunciam alguns fantasmas e justamente por estarem atados ao presente do enunciado
conseguem expor os desgastes e vazios das normas que orquestram as formas possíveis
que o sujeito deve assumir. Principalmente seus efeitos, que fazem os rostos se
desfazerem, ao ponto dos nomes não coincidirem mais com as coisas e nem com os corpos,
perderem ou não apreenderam qualquer sentido. Tornam-se espectrais. Ao falar sobre
os dispositivos em “O que é o contemporâneo?” Agamben alerta que “não é mais possível
constatar a produção de um sujeito real, mas uma recíproca indiferenciação entre
a subjetivação e a dessubjetivação, da qual surge senão um sujeito espectral”[20]. Nos versos finais da primeira parte
de “Spettri” podemos observar ainda um flagelo impossível de negar, disposto no
ar: “fala com o ar./ você não machuca diz,/ mas o
ar queima e raspa - a foice - o passado”.
Logo,
é no contemplar desse contra-corpo espectral que faz sofrer, através de quadros
opacos, que o poema “Spettri” desnuda a obliquidade das subjetivas formas dos seres,
a carência de sentido das normatizações das identidades, suas vulnerabilidades que
não dão conta do inapreensível e desconhecido de nós mesmos.
________________________
Como citar: PINTO, Tatiara. "A opacidade de nós mesmos no poema “Spettri” de Antonella Anedda". In "Literatura Italiana Traduzida", v. 2, n. 1, jan. 2021.
Disponível em:https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/219641
__________________________
[1] SISCAR,
Marcos. Poesia e crise. Campinas: Editora
UNICAMP, 2011.
[2]
PETERLE, Patricia;
SANTI, Elena. Vozes - cinco décadas de poesia
italiana. Rio de Janeiro: Ed. Comunità, 2017.
[3] ANEDDA, Antonella. Salva con nome. Roma: Mondadori, 2012.
[4] Guerra essa que foi igualmente objeto
dos poemas de Franco Fortini, na seção “Sette Canzonette del Golfo” escritos em
1991 e publicados
em sua última coletânea poética Composita Solvantur. Nas notas
da edição de Tutte le poesie o próprio poeta diz que o título em latim foi
inspirado no monumento fúnebre de Francis Bacon (1561-1626) na capela de Trinity
College em Cambridge, cuja epígrafe de Henry Wotton termina com: “se dissolva tudo
o que é composto, a desordem suceda à ordem mas também, como era nos remotos preceitos
alquímicos, se dê o inverso” In: FORTINI, Franco. Tutte le poesie. Milano:
Mondadori, 2014. Tradução nossa.
[5] ANEDDA, Antonella. La vita
dei dettagli: scomporre quadri, immaginare mondi. Roma: Donzzeli, 2009.
[6] Tradução
nossa.
Revisão da tradução: Vincenzina Ciavarella e Patricia Peterle
[7] Em “Errância a partir
da Comedia: contemplar como gesto escritural” Patricia Peterle ao falar sobre
a Antonella Anedda de La luce delle cose (2000) vai dizer que para a autora
a luz não é suficiente, é incerta, e acrescenta “Escrever é um movimento, um caminhar,
um arrastar o peso dos encontros, que desintegra e reelabora os fragmentos da memória,
mostra a entrega aos encontros e adeuses. Caminhar, sentir a terra, sua paisagem,
esse lugar de trânsito.” PETERLE, Patricia; SANTURBANO, Andrea. Contemporaneidades
da/na poesia contemporânea. (orgs). Florianópolis: Rafael Copetti, 2020 pp.
51-52.
[8] Lê-se na abertura
do livro Salva con nome (2012): “O que
é um nome? Nada. Um som que chama um corpo, um sino que te submete. Receber um nome
é a primeira prova que estamos à mercê dos outros. Não ter nome significa fugir:
poucos têm a coragem de ir do nome que tem até ao nome que são. O nome é uma tragédia
sem sangue que se consuma cotidianamente. [...] Se o destino está no nome, o meu
está empalidecendo ao ponto de se apagar e talvez se desfazer: uma estranha em um
lugar desconhecido. (ANEDDA, 2012, p. 7, tradução nossa)
[9] ANEDDA, Antonella. Salva
con nome.Op. cit., p. 90.
[10] PIRANDELLO, Luigi. Uno nessuno centomila.
Torino: Mondadori, 1985.
[11] CAPRONI, Giorgio. Il
passaggio di Enea. Prime e nuove poesie raccolte. Firenze: Vallecchi, 1956, p. 117.
[12] LEVI, Primo. É isto um homem?
Trad. Luigi del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.
[13] Judith Butler ao radicalizar
a teoria do reconhecimento de Hegel recoloca o problema do vínculo entre política
e moral, pois tal teoria esbarra nas limitações das matrizes normativas da individualidade.
E diferentemente da noção foucaultiana da “sexualidade”, ela percebeu como a ideia de gênero estava potencialmente carregada
de uma teoria positiva da ação política,
teoria que tenta entender a maneira com que sujeitos lidam com as normas, para subvertê-las
ou não, para encontrar espaço de singularidades e produzir novas formas. Butler
diz que não é somente entender como os sujeitos são sujeitados às normais sociais,
pois isso seria sair de uma noção essencialista da natureza para cair na visão identitária
de performatividade social. Segundo Vladimir Safatle no posfácio “Dos problemas
de gênero a uma teoria da despossessão necessária: ética, política e reconhecimento
em Judith Butler. In: BUTLER, 2017.
[14] BUTLER, Judith. Relatar
a si mesmo: crítica da violência ética. Trad. Rogério Bettoni. Belo Horizonte:
Autêntica, 2017, p. 54.
[15]
OLIVEIRA,Vera Lúcia. Intervista a
Antonella Anedda. In: Revista de italianistica
v. 27, 2014. Disponível
em: revistas.usp.br/italianistica/article/view/116095. Acesso em: 12 ago 2020.
[16] BUTLER, Judith. Op. cit., pp. 60-61.
[17] Cientista, filósofa e professora de Filosofia da Universidade de Bruxelas
a qual Valerio Magrelli dedica o poema “Cavi cavie!” no livro Guida allo smarrimento
dei perplessi (2016) pela Carteggi Letterari-Le Edizioni. Stengers é uma química notória autora
de Fim das certezas: tempo, caos e as leis
da natureza (2011) pela editora UNESP, inspirada em Deleuze e em coautoria com
o prêmio Nobel Ilya Prigogine, conhecido pelo trabalho em sistemas complexos e irreversibilidade.
Autora de dezenas de livros entre eles a Invenção
das ciências modernas (2002) e a coleção Cosmopolitiques (1997) dividida em sete volumes.
[18] STENGERS. Isabelle. No Tempo das Catástrofes. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac Naify, Coleção EXIT, 2015.
[19]
O sonho de um
mercado comum europeu nasceu em 1957 com o tratado de Roma, quando Antonella Anedda
tinha dois anos. O tratado Maastricht de 1992 levou à implementação da União Europeia
em 1999 com o objetivo de estreitar os laços econômicos e garantir estabilidade
política e econômica. O que daria a Europa a chance de recuperar definitivamente
seu relevante papel no cenário internacional, perdido com a Grande Guerra. No entanto,
a crise de 2008 expôs o plano de integração, e o fato dele ter sido arquitetado
na esfera econômica e ter negligenciado, em alguma medida, as relações políticas
de cooperação. Mais informações sobre a crise econômica ver: ADLER, Ylan, Itália crise das dívidas soberanas e o euro.
2012. 64 f. TCC, orientado por Monica Baumgartner Bolle. Depto de Economia – PUC.
Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.econ.puc-rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/Ylan_Adler.pdf.
Acesso em: 24 ago. 2020.
[20] AGAMBEN, Giorgio.
O que é o contemporâneo? E outros ensaios.
Trad. Vinicius Honesko. Chapecó: Argos, 2009,
p. 13.
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