La poesia e la sapienza del mondo, di Marco Ceriani

Umberto Saba: O Homem e os Animais, por Alexandra Perdoná e Caroline Weiss




Umberto Saba, pseudônimo de Umberto Poli (1883-1957), nascido em Trieste na região de Venezia no norte da Itália, foi um poeta, escritor e filósofo. Sua poesia foge dos padrões ortodoxos, pois possui uma linguagem simples e clara com palavras de uso comum e os temas de suas obras tratam dos aspectos da vida cotidiana ( paisagens, animais, partidas de futebol). Também é tema de suas obras sua cidade natal, sua família e o mar como símbolo de fuga e aventura espiritual.


Umberto Saba e Vittorio Sereni cultivaram uma forte amizade durante suas vidas. aproximaram-se no tempo do pós-segunda guerra em milão e, quando distantes, correspondiam-se frequentemente. Ambos estabeleceram uma relação de mestre-discípulo que durou até o fim dos dias de Saba. Sobre o poeta tristino Sereni escreveu, dentre outros textos, um poema no seu terceiro livro Gli strumenti umani:


SABA

Berretto pipa bastone, gli spenti

oggetti di un ricordo.
Ma io li vidi animati indosso a uno
ramingo in un'Italia di macerie e di polvere.
Sempre di sé parlava ma come lui nessuno
ho conosciuto che di sé parlando
e ad altri vita chiedendo nel parlare
altrettanta e tanta più ne desse
a chi stava ad ascoltarlo
[...]
(SERENI, 2013, p.184)



No Brasil, conta-se com apenas uma obra traduzida, O homem e os animais: Poemas de Umberto Saba, na qual reúnem-se os quatro últimos livros do poeta, além de poemas que abordam a relação do homem com os animais, como o título sugere. Saba faz uma alegoria entre a vida instintual dos animais, contrapondo-as à vida racional humana, suas proibições, limites à liberdade, e a verdade dos desejos e dos amores. Uma de suas composições mais famosas é A Cabra:
"Falei a uma cabra.

sozinha, no prado, amarrada

de tanta grama saciada, molhada
pela chuva, balia.
Aquele balido igual era fraterno
à minha dor. E eu respondi, logo
por burla, depois porque a dor é eterna,
tem voz e não varia.
Essa voz ouvia
gemer em uma cabra solitária.
Numa cabra de semblante semita
sentir querelar-se todo outro mal,
toda outra vida."
(SABA, 2014, p.19)






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como citar: PERDONÁ, Alexandra. WEISS, Caroline. Umberto Saba: O Homem e os Animais.In Literatura Italiana Traduzida, v.1., n.1, jan. 2020. Disponível em
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/209961