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Literatura Italiana Traduzida ISSN 2675-4363
Enrico Testa
Luiza Faccio
Resenha
em
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Páscoa de Neve, publicado em 2016 pela Rafael Copetti Editor e traduzido por Patricia Peterle, é a segunda obra da produção poética de Testa apresentada aos leitores brasileiros. O livro, primeiramente publicado na Itália em 2008 pela Einaudi, conta com textos escritos entre 1999 e 2006.
Nesta obra, assim como em Ablativo (2013), Testa apresenta ao seu leitor o cotidiano do qual esses poemas fazem parte. O tema da memória, o pensar sobre o tempo, sobre a origem, vastos questionamentos estão assinalados em seus versos. Aqui, a presença do outro se faz presente, podemos ver diálogos e aberturas para outras vozes que não somente a do "eu", o que já é um traço característico do poeta.
Pensando sobre o tema do cotidiano e esta presença do outro e de múltiplas vozes, podemos destacar esse poma da seção "Discuso do refém":
ouvia-te fuçar pela casa:
um vai e vem de passos
um arrastar de cadeiras
um recolher de gavetas.
Tentava te chamar,
mas tu, toda quieta.
Ainda um barulho
de louças em cascata
até que não desentocaste
dizendo
"chega desse piado
de almas ressentidas!"
e depois, subitamente:
"Inscreveis-me também
no registro do desastre!"
(TESTA, 2016, p. 63)
Lendo-o com atenção podemos perceber esta cena, de duas pessoas em casa, uma vendo a outra e perguntando-se o que poderia estar acontecendo, a outra que anda pra lá e pra cá, que participa do poema e inclusive nela tem voz. Quadros comuns do dia-a-dia, que está presente neste poema e que representa bem a poesia de Testa. Ler Páscoa de Neve é a cada verso sentir, ver e adentrar nesses cotidianos. É como se o leitor fizesse parte dessas cenas ou elas presenciasse.
Nesta obra, assim como em Ablativo (2013), Testa apresenta ao seu leitor o cotidiano do qual esses poemas fazem parte. O tema da memória, o pensar sobre o tempo, sobre a origem, vastos questionamentos estão assinalados em seus versos. Aqui, a presença do outro se faz presente, podemos ver diálogos e aberturas para outras vozes que não somente a do "eu", o que já é um traço característico do poeta.
Pensando sobre o tema do cotidiano e esta presença do outro e de múltiplas vozes, podemos destacar esse poma da seção "Discuso do refém":
ouvia-te fuçar pela casa:
um vai e vem de passos
um arrastar de cadeiras
um recolher de gavetas.
Tentava te chamar,
mas tu, toda quieta.
Ainda um barulho
de louças em cascata
até que não desentocaste
dizendo
"chega desse piado
de almas ressentidas!"
e depois, subitamente:
"Inscreveis-me também
no registro do desastre!"
(TESTA, 2016, p. 63)
Lendo-o com atenção podemos perceber esta cena, de duas pessoas em casa, uma vendo a outra e perguntando-se o que poderia estar acontecendo, a outra que anda pra lá e pra cá, que participa do poema e inclusive nela tem voz. Quadros comuns do dia-a-dia, que está presente neste poema e que representa bem a poesia de Testa. Ler Páscoa de Neve é a cada verso sentir, ver e adentrar nesses cotidianos. É como se o leitor fizesse parte dessas cenas ou elas presenciasse.
como citar: FACCIO, Luiza. Páscoa de neve, Enrico Testa. In Literatura Italiana Traduzida, v.1., n.2, fev. 2020. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/209947
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