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Literatura Italiana Traduzida ISSN 2675-4363
Francisco Degani
Giambattista Basile
Resenha
em
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Era
uma vez um conto de fadas recheado por outros 49 contos de fadas. Assim é O
conto dos contos, com que Giambattista Basile nos presenteou no início do
século XVII.
Escrito
em napolitano para entretenimento da corte, o livro inspirou mestres da
literatura como os irmãos Grimm e Charles Perrault, ou do desenho animado como
Walt Disney. Nos cinquenta contos que o compõem, ogros horrendos de bom
coração, donzelas não muito castas, príncipes valentes e princesas mimadas,
dragões malvados, rapazes tolos, mas audazes, animais falantes, belíssimas
fadas, reis e rainhas, são elevados pela primeira vez à categoria de
personagens da literatura, com seus encantamentos e magias. O Conto percorre o
imaginário popular, sobretudo o napolitano, mas também vai buscar seus
argumentos na mitologia e na tradição de outros povos. Histórias que circulavam
entre o povo miúdo e no mais das vezes eram contadas às crianças, são
reelaboradas em chave irônica, quase iconoclasta, trazendo as marcas da
oralidade, o vozerio das ruas e a villanella dos campos, o cheiro dos mercados
e das vielas, o calão dos portos, os longos diálogos que, por vezes, parecem
monólogos, pontuados por anexins, metáforas e frases de efeito, tudo é parte de
um cortejo mágico em que ressoa forte a poesia do povo, a poesia da vida.
As
histórias do Conto dos contos sempre circularam entre nós, e agora chegam à
nossa língua vestidos de graça e de bonomia, com o toque peculiar de seu
autor/coletor, que jamais escamoteia o que têm de universal. Em seu conjunto,
os contos que oscilam entre o sublime e o grotesco, integram o patrimônio
cultural comum, que, se quisermos, podemos chamar de inconsciente coletivo, e
que faz da humanidade, em que pesem as diferenças, e, certamente, por causa
delas, uma mesma e barulhenta família. Entrar no mundo mágico e exuberante
criado por Basile é participar do maravilhoso e do atemporal, do fascínio de
quase quatrocentos anos de literatura.
Era
uma vez um conto de fadas recheado por outros 49 contos de fadas. Assim é O
conto dos contos, com que Giambattista Basile nos presenteou no início do
século XVII.
Escrito
em napolitano para entretenimento da corte, o livro inspirou mestres da
literatura como os irmãos Grimm e Charles Perrault, ou do desenho animado como
Walt Disney. Nos cinquenta contos que o compõem, ogros horrendos de bom
coração, donzelas não muito castas, príncipes valentes e princesas mimadas,
dragões malvados, rapazes tolos, mas audazes, animais falantes, belíssimas
fadas, reis e rainhas, são elevados pela primeira vez à categoria de
personagens da literatura, com seus encantamentos e magias. O Conto percorre o
imaginário popular, sobretudo o napolitano, mas também vai buscar seus
argumentos na mitologia e na tradição de outros povos. Histórias que circulavam
entre o povo miúdo e no mais das vezes eram contadas às crianças, são
reelaboradas em chave irônica, quase iconoclasta, trazendo as marcas da
oralidade, o vozerio das ruas e a villanella dos campos, o cheiro dos mercados
e das vielas, o calão dos portos, os longos diálogos que, por vezes, parecem
monólogos, pontuados por anexins, metáforas e frases de efeito, tudo é parte de
um cortejo mágico em que ressoa forte a poesia do povo, a poesia da vida.
As
histórias do Conto dos contos sempre circularam entre nós, e agora chegam à
nossa língua vestidos de graça e de bonomia, com o toque peculiar de seu
autor/coletor, que jamais escamoteia o que têm de universal. Em seu conjunto,
os contos que oscilam entre o sublime e o grotesco, integram o patrimônio
cultural comum, que, se quisermos, podemos chamar de inconsciente coletivo, e
que faz da humanidade, em que pesem as diferenças, e, certamente, por causa
delas, uma mesma e barulhenta família. Entrar no mundo mágico e exuberante
criado por Basile é participar do maravilhoso e do atemporal, do fascínio de
quase quatrocentos anos de literatura.
como citar:
DEGANI, Francisco. "O conto dos contos", de Giambattista Basile. In Literatura Italiana Traduzida, v.1., n.3, março. 2020.Disponível em
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/209914 |
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