- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
A relação da produção literária de Samuel Beckett com a
temática do amor – seja ele expresso nas suas mais variadas possibilidades,
como aquele que permite o “diálogo da espera” entre Vladimir e Estragon, ou entre
a dupla Mercier e Camier[1],
caracterizada também pelo amor proveniente da amizade, ou o mais carnal e
erótico, como aquele que encontraremos em Primeiro
Amor – destaca-se por sua complexa abordagem, muitas vezes, sendo apresentada
de maneira cáustica e radicalmente irônica.
Sabemos que Beckett estabeleceu uma relação íntima com a
língua e a cultura italiana[2].
Enquanto estudante do Trinity College, o jovem Beckett estudou italiano com
diversos professores, mas foi a relação com a sua tutora, Bianca Esposito, que
realmente lhe rendeu os maiores frutos, pois foi durante esse período que
Beckett lê autores como Maquiavel, Tasso, Leopardi, Petrarca, Dante.
Vale recordar que a personagem Signorina Adriana Ottolenghi
do conto “Dante and the lobster” está fortemente marcada pela influência da
Signorina Esposito. A importância desta relação perdurou por toda a vida do
escritor irlandês, pois a Divina Comédia,
livro revisitado e constantemente citado por Esposito– especialmente os cantos
que compõem o Inferno e o Purgatório – tornaram-se leitura e referência
constantes para Beckett durante toda a sua jornada literária. James Knowlson,
em sua biografia sobre Beckett, nos fornece uma informação preciosa acerca
desta relação:
He had a constant and apt reminder
of his debt to Signorina Esposito. When, following a serious fall in his
eighties, he had to live in an old people’s home in the rue Rémy-Dumoncel, he
took with him the little edition of Dante’s Divina
Commedia that he had underlined and annotated in classes with her. Inside
the book, he kept a card with a faded, miniature reproduction of a painting by Giotto
of Saint Francis feeding the birds. On it is a message in Italian from his
teacher wishing him a speedy recovery from an illness that had put him to bed
at Cooldrinagh a few days before his twentieth birthday. Beckett had been using
the card as his Dante bookmark for sixty-three years.[3]
Assim, explorarei a relação que Beckett desenvolveu com o
universo literário italiano, o qual se encontra fortemente marcado pelo impacto
que a Signorina Esposito exercera.
BECKETT E DANTE
Tanto em Dante quanto em Petrarca, os personagens que se
dirigem à mulher amada assumem os nomes próprios dos autores, cada um deles à
sua maneira: com dedicação e veneração na
obra de Dante – onde a figura angélica de Beatrice ganha contornos divinos –, e
com sentimento de culpa em Petrarca –
uma vez que a personagem Laura é vista como uma tentação carnal.
Em Dante, teríamos a mulher representada dentro de um aspecto
stilnovista, como fica claro com a
leitura do canto XXIV do Purgatório, onde se identifica a presença de metáforas
e de simbolismos, duplos sentidos, a descrição da beleza da mulher, a divinização
da mulher, a descrição da mulher como anjo e, portanto, como ponte para deus. O
Stilnovo também se caracteriza por ser inspirado pelo Amor, cuja característica
residiria em deixar os artifícios técnicos e os conteúdos culturais em segundo
plano em contraposição à urgência de exprimir os estados de ânimos e os
movimentos interiores. Dessa forma, a Beatrice de Dante se revela
inserida nesse paradigma, onde se destacam a gentilezza e a inteligência angelical:
[...]
la “gentilezza” non si misura più col criterio mondano dell’appartenenza ad una
stirpe illustre, ma viene sentita e celebrata come dote del cuore, ed il cuore
Gentile, cioè nobile, diventa il luogo nel quale si svolge tutta una serie di
quelle operazioni dello spirito che conducono l’uomo verso la perfezione. Il
cuore Gentile è infatti la sede naturale d’Amore.
[…]
la donna assimilata a intelligenza angelica, suscitatrice di virtù nell’anima
dell’uomo, operatrice dei voleri divini nel mondo creato.[4]
Beatrice aparece pela primeira vez para Dante apenas no
canto XXX do Purgatório:
[...]
assim, em meio a uma nuvem de flores
que
de angélicas mãos subia festiva
e
retombava espargindo candores,
sobre
um véu níveo-cingida de oliva,
dama
me apareceu num verde manto
sobre
as vestes de cor de chama viva;
e
o espírito meu (lo spirito mio) que,
desde tanto
tempo
não fora mais por sua presença
arrebatado,
já a tremer de espanto,
sem
ter pela visão sua conhecença,
mas,
por efeito que dela partiu,
de
antigo amor senti a força imensa (la gran
potenza).[5]
Samuel Beckett, em Primeiro
Amor, faz menção a Dante, de modo a venerar o que ele fizera com a
linguagem. Mas o percurso até chegar a Dante é marcado pelo cômico, pois é
através da palavra penico (vase de nuit)
que ele se recorda de Racine e de Baudelaire, culminando no poeta florentino:
“Eu gostei muito, enfim gostei bastante, durante bastante tempo, da palavra
penico, me faz pensar em Racine ou em Baudelaire, não sei mais em quem, nos
dois talvez, sim, eu lamento, eu tinha leituras, e através deles eu chegava até
lá onde o verbo pára, dir-se-ia o Dante.”[6]
Beckett vê Dante como o ápice da literatura, considerando que nele o verbo pára. A prostituta beckettiana
Lulu/Anne parece bastante distante da angelical Beatriz, mulher-guia de Dante.
Lulu/Anne parece mais uma personagem que confunde e arrebata ainda mais o
narrador.
BECKETT E PETRARCA
Com o intuito de verificar algumas diferenças em relação a
Dante, analisemos brevemente algumas características presentes na abordagem de
Laura em Il Canzoniere de Petrarca.
Escrito em língua vulgar, ele se caracteriza por ser o grande
expoente da lírica italiana, que, posteriormente, serviu de modelo para outros
autores, impondo na tradição sucessiva um ideal de perfeição estilística e de
métrica, carregando consigo o fascínio de uma linguagem poética refinada e
elegante.
Há certa cronologia nesta obra, e podemos, sim, traçar um
paralelo com Dante, visto que no final dessa composição há uma sorte de
salvação do poeta, pois ele se redime do seu erro juvenil, do seu amor por
Laura: “il primo giovanile errore” [o primeiro erro juvenil]. De todas as
formas, aqui já temos uma distinção em relação ao poeta florentino, pois
Beatrice não era considerada um erro.
Todo o Canzoniere
está perpassado pela figura de Laura, seja pelos jogos linguísticos, quando
Petrarca se refere aos lauros que ele
deseja obter, seja em referência ao nome próprio: “Laura si confonde con il
lauro, la pianta di Apollo e della poesia.”[7]. De fato,
Petrarca seria coroado, laureado, no ano de 1341.
Laura, portanto, atua como um empecilho, como um obstáculo
que impede a total concentração desse eu poético em direção ao eu puramente
intelectual. Nesse sentido diz Anselmi: “Per Petrarca, tutto dedito
allo studio e alla ricerca del Bene spirituale e uomo profondamente religioso,
la travolgente passione per Laura è un traviamento intelettuale.”[8] Aqui há uma fissura que deve ser
sanada por Petrarca, pois ele oscila entre o arrebatamento amoroso, um desejo
ardente por Laura, e a consciência de que esses desejos mundanos são
evanescentes e vãos.
Laura, diferentemente de Beatrice – que conduz Dante em direção
ao divino, culminando na oração de São Bernando no canto derradeiro da Divina Comédia – insere uma contradição
que deverá ser posta em palavras ao longo de todo o Canzoniere e que serve ao autor como uma espécie de redenção do
pecado carnal surgido de seu arrebatamento passional juvenil. Finalmente,
percebe-se que Laura destrói e constrói, angustia e consola, dá vida e morte ao
poeta. Uma relação mais complexa e próxima daquela figura feminina que lemos no
Primeiro Amor de Beckett.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O nascimento da criança para o narrador-protagonista está
marcado pela morte, pelo aborto, como lemos já no desfecho de Primeiro amor. Da mesma forma, o próprio
início da narrativa já descortina esse desfecho trágico quando se compara o
casamento do narrador à morte do seu pai. As palavras que ele profere quando
ela lhe anuncia que está grávida são regidas pelo imperativo do aborto: “Reuni
minhas últimas forças e lhe disse, Aborte, aborte, assim não escurecerá mais.”[9]
Aqui se implanta o terror no momento do nascimento:
O
que acabou comigo foi o nascimento. Fui acordado por ele. Do que se devia
apossar, a criança. Creio que havia uma mulher com ela, pareceu-me ouvir de
tempos em tempos passos na cozinha. Isso me dava náuseas, deixar uma casa sem
que me pusessem para fora. Pulei por cima do encosto do sofá, vesti o paletó, o
sobretudo e coloquei o chapéu, não esqueci nada, amarrei os cordões e abri a
porta que dava para o corredor. Um monte de coisas me barrava o caminho, mas
passei assim mesmo, escalando, arrombando, com barulho. Falei de casamento, foi
apesar de tudo uma espécie de união. Teria sido um erro me incomodar, os gritos
desafiavam qualquer concorrência. Devia ser o seu primeiro. Eles me perseguiram
até a rua. Parei em frente à porta da casa e procurei escutar. Ouvi-os ainda.
Se não soubesse que davam gritos na casa, talvez não os ouvisse. Mas, sabendo,
eu os ouvia bem. Não sabia muito bem onde estava.[10]
A mulher que o guiara, que o levara até a sua casa e lá
tivera um filho não é Beatrice ou Laura. A figura da prostituta, que possui a
potência de dois nomes próprios, Lulu/Anne, poderia ser associada à potência da
literatura, e especificamente da literatura de Beckett? A potência que Beckett
extraiu de duas línguas das quais ele se apropriou e espremeu ao máximo – o
inglês e o francês – para que desse resto
seco, que são os seus últimos
textos, marcados por uma linguagem minimalista, enxuta, e que poderiam ser
lidos como equações matemáticas da linguagem cujo resultado nunca se obtém,
pois ler Beckett é presenciar o fracasso da linguagem.
No caso de Primeiro
amor, seria Lulu/Anne a prostituta da linguagem? A afirmação é metafórica,
e busca apenas tecer uma relação que o próprio Beckett efetivou, a transição da
língua inglesa para a francesa. Pode-se ler uma importante passagem do texto em
que se poderia relacionar o que aqui se afirma:
Mas
passando agora a um assunto mais alegre, o nome da mulher a quem me uni, pouco
depois, seu apelido era Lulu. Pelo menos era o que ela me dizia, e não vejo que
interesse podia ter em me mentir, a esse respeito. Evidentemente, nunca se
sabe. Não sendo francesa, ela dizia Lulu mesmo. Eu também, não sendo francês,
dizia Lulu da mesma maneira.[11]
Em Primeiro Amor
não há salvação nem redenção, nada que o amor beckettiano possa fazer para
elevar o narrador-protagonista, ou livrá-lo de qualquer angústia que
obstaculize o seu estar-no-mundo. Ao ouvir os gritos do recém-nascido que chora
incessantemente, ele resolve brincar (jouer,
to play) com eles e os seus
passos ensurdecem os gritos, “Mas tão logo parava ouvia-os de novo, cada vez
mais fracos é certo, mas que diferença faz que um grito seja fraco ou forte? O
que é preciso é que ele pare. Durante anos acreditei que iriam parar. Agora já
não acredito mais. Ter-me-iam sido necessários outros amores, talvez. Mas o amor, isso não se tem quando se quer.”[12]
Ainda segundo Anselmi, o amor para Dante é uma companhia
indissolúvel de toda sua trajetória literária:
Amore
accompagna tutta la vita di Dante ed è perciò uno dei nuclei ispiratori della
sua poesia; dell’amore Dante ha però una concessione ampia, complessa [...]
egli va oltre la caratterizzazione puramente fenomenica e passionale di amore
per dipanare, piuttosto una concezione della donna e del sentimento amoroso
dalla donna suscitato più radicalmente filosofica e profonda. Lo sguardo della
donna amata, che è “gentile” e “onesta”, attiva le potenzialità positive del
poeta innamorato, consacrandone la nobiltà d’animo e le migliori inclinazioni
[...] Beatrice, infatti, diverrà proprio la guida di Dante nel Paradiso, la
donna deputata a condurlo al centro stesso di ogni amore, e di ogni sapere, nel
cuore dei cieli.[13]
Em contrapartida, a guia de Beckett o conduzirá à fuga.
Lulu/Anne não será uma forma de iluminar ou conduzir esse sujeito que desde o
início, quando tece suas memórias, associa o seu casamento à morte do pai.
Lulu/Anne surge para causar ainda mais dúvidas e desespero na vida destituída
de sentido do narrador, nessa nova etapa, no período do pós-guerra, em que a
língua francesa atuará como protagonista na vida de Beckett, apesar de que
proferir palavras, escrevê-las e pronunciá-las se aproxima muito da
incapacidade de comunicação, pois como afirma o narrador de Primeiro Amor: “O erro da gente é
dirigir palavras às pessoas.”[14]
____________________________
[1] Aqui vale a pena recordar as palavras de Deleuze: “Os
grandes amigos são Bouvard e Pécuchet, Camier e Mercier, o Gordo e o Magro,
mesmo que estes tenham brigado. Pouco importa. Na questão da amizade, há uma
espécie de mistério. Isso diz respeito direto à Filosofia. Porque na palavra
“filosofia” existe a palavra “amigo”. Quero dizer que o filósofo não é um
sábio. Do contrário, seria cômico. Ao pé da letra, é o “amigo da sabedoria”. O
que os gregos inventaram não foi a sabedoria, mas a estranha idéia de “amigo da
sabedoria”. Afinal, o que quer dizer “amigo da sabedoria”? Esse é que é o
problema. O que é a filosofia e o que pode ser amigo da sabedoria? Quer dizer
que o amigo da sabedoria não é sábio. Há uma interpretação óbvia que é: “Ele
tende à sabedoria”. Não é por aí. O que inscreve a amizade na filosofia e que
tipo de amizade? Há alguma relação com um amigo? O que era para os gregos? O
que quer dizer “amigo de”? Se interpretamos “amigo” como aquele que “tende a”,
amigo é aquele que pretende ser sábio sem ser sábio. Mas o que quer dizer
“pretender ser sábio”? Quer dizer que há outro. Nunca se é o único pretendente.
Se há um pretendente, é porque há outros, quer dizer que a moça tem vários
pretendentes.”. In: DELEUZE, Gilles. Abecedário.
[2] Enquanto estudante no Trinity College, Beckett
aprofundou-se nas línguas francesa e italiana.
[3] KNOWLSON,
James. Damned to Fame. The life of Samuel
Beckett. London: Bloomsbury, 1996, p. 53. “Ele
tinha um lembrete constante de sua dívida para com a signorina Esposito.
Quando, após uma queda grave aos 80 anos, ele teve que morar em um asilo de
idosos na rue Rémy-Dumoncel, levou consigo a pequena edição da Divina Comédia
de Dante que ele havia sublinhado e anotado nas aulas com ela. Dentro do livro,
ele mantinha um cartão com uma reprodução em miniatura desbotada de uma pintura
de Giotto, de São Francisco alimentando os pássaros. Nele há uma mensagem em
italiano de seu professor desejando-lhe uma recuperação rápida de uma doença
que o levou para a cama em Cooldrinagh alguns dias antes de seu vigésimo
aniversário. Beckett usou o cartão de Dante como marcador de páginas por
sessenta e três anos”.
[4] ANSELMI,
Gian Mario. Profilo Storico della letteratura italiana. Milano: Sansoni, 2008, p. 16. “[...] a "gentileza"
não é mais medida pelo critério mundano de pertencer a uma linhagem ilustre,
mas é sentida e celebrada como um dom do coração, e o Gentil, isto é, coração
nobre, torna-se o lugar me que se desenvolve toda uma série de operações do
espírito que conduzem o homem à perfeição. O coração Gentil é, de fato, a sede
natural do Amor.” ; “[...] a mulher assimilada à inteligência angélica, suscitadora
de virtude na alma do homem, operadora dos desejos divinos no mundo criado”.
[5] ALIGHIERI, Dante. A
Divina Comédia (edição bilíngue). Tradução e notas de Italo Eugenio Mauro.
São Paulo: Editora 34, 2017, p. 239.
[6] BECKETT, Samuel. Primeiro
Amor. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p.
42.
[7] ANSELMI, Gian Mario. Profilo
Storico della letteratura italiana. Milano: Sansoni, 2008, p. 34. “Laura se confunde com o louro, a planta de Apolo e da
poesia”.
[8] ANSELMI, Gian Mario. Profilo
Storico della letteratura italiana. Milano: Sansoni, 2008, p. 35. “Para Petrarca, todo dedicad ao estudo e à busca do Bem espiritual
e homem profundamente religioso, a paixão avassaladora por Laura é um desvio
intelectual”.
[9] BECKETT, Samuel. Primeiro
Amor. Tradução de Waltensir Dutra. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p. 78.
[10] BECKETT, Samuel. Primeiro Amor. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1987, pp. 82-84.
[11] BECKETT,
Samuel. Primeiro Amor. Tradução de
Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p. 93.
[12] BECKETT, Samuel. Primeiro
Amor. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p.
61. Negrito meu.
[13] ANSELMI, Gian Mario. Profilo
Storico della letteratura italiana. Milano: Sansoni, 2008, p. 39. “O amor
acompanha toda a vida de Dante e é, portanto, um dos núcleos inspiradores de
sua poesia; Dante tem, no entanto, uma concepção ampla e complexa [...] ele vai
além da caracterização puramente fenomenal e passional do amor para desvendar,
antes, uma concepção de mulher e do sentimento amoroso despertado por uma
mulher mais radicalmente filosófica e profunda. O olhar da mulher amada, que é
"gentil" e "honesta", ativa o potencial positivo do poeta
apaixonado, consagrando sua nobreza de alma e as melhores inclinações [...]
Beatriz, aliás, será a guia de Dante no Paraíso, a mulher designada para
conduzi-lo ao próprio centro de todo amor e de todo conhecimento, no coração do
céu”.
[14] BECKETT, Samuel. Primeiro
Amor. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p.
70.
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos