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Literatura Italiana Traduzida ISSN 2675-4363
Graziele Frangiotti
Literatura feminina
Susanna Tammaro
em
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Foto de Gunther Schneider (Pixabay) |
As observações que propomos a seguir são fruto do anseio
em estreitar contato com a literatura italiana produzida por mulheres, desejo
esse intensificado principalmente após a visão das discussões promovidas em
2020 pela Associação Brasileira de Professores de Italiano (ABPI) acerca do
tema da escrita feminina, em especial, em decorrência da live L’insegnamento della Letteratura
italiana femminile nelle università brasiliane: ieri e oggi, que contou com
a participação das professoras Lucia Wataghin, Patricia Peterle e Prisca
Agustoni, com mediação da vice-presidente da ABPI, professora Érica Salatini[1].
Nessa ocasião, nos marcou de maneira particular a
intervenção da professora Lucia Wataghin, quando diz:
io direi che è necessario occuparsi
della letteratura scritta da donne per cercare testi di grande qualità, per
cercare quello che ci colpisce, quello che ci interessa, quello che ci riguarda,
però anche dal punto di vista della costruzione anche politica per rafforzare
perché una scrittrice cresce se ha un pubblico, se ha risposte, se ha qualcuno che
la legge sennò non arriva mai a diventare quel gigante perché non ha risposte
[...] però penso che uno sguardo più attento a quello che è prodotto dalle donne
è opportuno, sono convinta che è necessario.[2]
Seguindo a sugestão da professora em se ocupar de
literatura escrita por mulheres e levando em consideração o impacto dessa
leitura sobre os leitores, nos pareceu particularmente interessante trazer
algumas reflexões sobre a obra da escritora Susanna Tamaro, que há anos se
consolida mundialmente como um verdadeiro fenômeno editorial – haja vista que Va’
dove ti porta il cuore[3],
por exemplo, vendeu mais de 15 milhões de cópias, enquanto o romance aqui
focalizado, Per sempre[4],
atingiu a expressiva marca de 250 mil cópias vendidas na Itália há apenas
quatro dias de seu lançamento, tendo sido traduzido para mais de dez línguas.
Como se verá, porém, este texto não traz uma discussão de
cunho feminista, mas sim algumas ponderações nascidas da leitura de um romance
escrito por mãos femininas, com o intuito de examinar e compreender os efeitos
de dois dos procedimentos discursivos de que lança mão a autora nessa obra: a
escrita epistolar e o emprego de perguntas.
Passando ao enredo e à estrutura, é possível dizer que Per sempre não é romântico no sentido convencional
do termo. Trata-se de uma trama centrada no tema do amor entre duas pessoas, mas
que consegue transcender esse plano mais superficial por abranger temas
universais, como o sentido da vida, a razão do sofrimento humano, as dores
originadas pela morte, entre outros.
O romance inicia in
medias res com o narrador-protagonista, Matteo, a esclarecer que mora no
alto de uma montanha há 15 anos e que, por ali, passam diversas pessoas, sempre
curiosas por saber quem é ele e por qual motivo uma pessoa escolhe viver
isolada do resto do mundo. Segundo conta, muitos o acusam de ser um pervertido,
outros pensam se tratar de um religioso à procura de paz para os momentos de
oração, outros ainda desconfiam que ele possa ser um assassino fugitivo da
justiça. Apesar dessas desconfianças e suspeitas, o protagonista se apresenta
como um homem de meia idade que optou por se retirar do mundo e viver entre
ovelhas e porcos, tirando seu sustento da natureza, em uma espécie de relação
de cooperação mútua, na qual ele protege os animais, enquanto estes o salvam da
completa solidão.
Já no segundo capítulo, o narrador revela a quem o texto
se dirige através da fórmula de abertura típica de cartas “cara Nora”. Nora é sua esposa, interlocutora com quem Matteo
relembrará momentos marcantes da infância, adolescência e que será atualizada
sobre os últimos acontecimentos da vida do marido.
A história de Matteo e Nora é descrita através de inúmeros
flashbacks que não respeitam uma
ordem cronológica; são lembranças aleatórias que ajudam a reconstruir o perfil
e a história do casal, intercaladas com retornos ao presente, em que o
protagonista se detém na descrição de seus dias atuais e de como era o
relacionamento com os pais, com os avós, com os lugares que frequentava, além
de inúmeras considerações sobre como essas diferentes experiências ajudaram a forjar
suas crenças e a constituir quem ele é hoje.
Por volta do nono capítulo, a narrativa tem seu curso alterado,
uma vez que o narrador passa a fazer uma série de conjeturas sobre como teria
sido a vida com a esposa se as decisões tomadas anos antes tivessem sido
diferentes. É por meio desses inúmeros “se”
que o leitor pouco a pouco tem pistas do motivo pelo qual a esposa está
distante do marido.
O clímax é atingido através da narração do episódio que separa
definitivamente o casal. Na sequência, o narrador se concentra em relatar sua
depressão e a perda de controle da própria vida como consequência do tormento
de não ter respostas à grande incerteza que o afligia: Nora teria planejado sua
morte e a dos filhos – hipótese levantada pela polícia – ou teria sido vítima do
destino?
Como consequência dessa dúvida, o protagonista relata que
seu relacionamento com os pais e sua carreira profissional se deterioram. Mais
tarde, ele conhecerá Larissa, com quem terá um filho, episódio que fará com que
o protagonista se dê conta da profunda degradação moral a que chegou. A morte
do pai intensificará ainda mais essa sensação, sendo o fator culminante para o
início de uma busca pelo sentido da vida e pela retomada do equilíbrio psicológico.
Ainda que o romance apresente momentos de certa
superficialidade e previsibilidade, além de grande velocidade em pontos que, a
nosso ver, precisariam ter sido mais bem explorados, a obra é alicerçada sobre
mecanismos discursivos que conseguem estreitar o vínculo leitor-texto, gerando
efeitos de empatia, comoção e compadecimento, os quais podem ajudar a
compreender seu imenso sucesso de público.
Nossa hipótese é que o primeiro desses mecanismos seria
justamente a opção pelo gênero epistolar. Para sustentar a hipótese de que a
carta é uma estratégia que aproxima o leitor do texto, nos baseamos na ideia
defendida por Foucault em A escrita de si[5],
segundo a qual uma carta é sempre escrita tendo como objetivo central informar
o outro acerca da vida de quem a emite. Sendo assim, ela é lida pelo seu
interlocutor como um documento que pretende dizer respeito à realidade dos
acontecimentos, o que pressupõe idealmente a sinceridade de quem a escreve e o
interesse de quem a lê.
Transpondo essa ideia à obra de ficção, que tem o leitor
como seu interlocutor final, tem-se que a escrita do romance através de epístola
tem por finalidade criar a ilusão da veracidade, na medida em que toma emprestado
um gênero textual que existe fora do universo literário, o que termina por
conferir maior autenticidade ao narrado, aumentando a verossimilhança e, por
conseguinte, as chances de identificação do leitor com a leitura.
Ainda segundo Foucault, a carta teria o poder de tornar o seu
escritor presente para aquele a quem ele envia em “uma espécie de presença
imediata e quase física”[6].
No caso da escrita ficcional, entendemos que a carta presentifica o emissor,
especificamente o narrador/protagonista, transpondo-o para perto daquele a quem
a carta/romance é endereçada: em primeiro lugar, à Nora – destinatária explícita
– e, em seguida, a seu leitor, destinatário virtual e implícito.
Por sua capacidade de presentificar o emissor, a epístola se
consolida como um gênero que coloca emissor e interlocutor lado a lado,
instaurando este último como um expectador privilegiado das ações narradas. É
como se o romance fosse uma incursão pela vida dos personagens que tem o
narrador como guia e o leitor como um convidado de honra. Esse mecanismo faz
com que o leitor tenha a impressão de que está sendo “puxado pela mão”, o que
aumenta a clareza do texto e favorece o efeito de empatia, possibilitando que
quem lê sinta as mesmas emoções e dores de quem narra.
Esse processo fica evidente no trecho a seguir, em que Matteo
relata suas sensações e pensamentos após voltar para casa em seguida ao
sepultamento da esposa e filho:
[...] ero stanco, sfinito dal continuo ripetere frasi
di circostanza. Avrei voluto urlare, ma, purtroppo, non era nella mia natura.
Sul pavimento della sua stanza, Davide aveva lasciato una costruzione di dadi;
farle e disfarle, negli ultimi mesi, era stata la sua passione: con calma
concentrata erigeva la torre, poi, dopo aver richiamato la nostra attenzione,
l’abbatteva con la sua manina. L’ho guardata per un po’, sospeso, poi con un
colpo secco l’ho fatta crollare. Volevo sentire ancora una volta quel rumore,
volevo immaginare il suo sorriso, e seppellire per sempre quel rumore e quel
sorriso nella parte più profonda del mio cuore.[7]
Na carta está também contida a ideia da partilha, ou seja,
o emissor, em uma atitude de introspecção, mergulha em si próprio, lendo suas
ações e pensamentos, e traduzindo-os em forma de linguagem ao destinatário, em
uma espécie de desnudatamento de si. Em outras palavras, é como se, num ato de
benevolência, ele compartilhasse com o interlocutor o seu eu mais profundo,
deixando evidentes não apenas suas virtudes, mas também (e talvez
principalmente) suas fraquezas mais secretas. Em termos foucaultianos:
o
trabalho que a carta opera no destinatário, mas que também é efetuado naquele
que escreve pela própria carta que ele envia, implica, portanto, uma
‘introspecção’, mas é preciso compreendê-lo menos como um deciframento de si
por si do que como uma abertura que se dá ao outro sobre si mesmo.[8]
Sendo assim, na medida em que é uma “abertura que se dá ao
outro sobre si”, a carta dá um tom de sigilo ao narrado, e, por conseguinte,
ajuda a instaurar uma relação de confidência e, logo, de confiança com o leitor,
que fica autorizado a adentrar a intimidade dos personagens.
O tom de confessionalidade é ainda mais acentuado quando
quem narra os fatos é justamente o personagem central da obra. Nesse sentido, a
narração autodiegética corrobora o efeito do segredo revelado, pois, ao contar
os eventos em primeira pessoa, o narrador se coloca no centro das ações e,
consequentemente, como aquele que terá sua privacidade mais “invadida” pelo
leitor. Esse procedimento de “contar a si mesmo” coloca em risco a imagem do
protagonista, que, ao se expor, pode ser julgado, mal compreendido, questionado.
Dessa maneira, quando confessa suas falhas, é como se ele contasse com a
compaixão daquele com quem as compartilha. Como resultado, os “privilégios” do
leitor são estendidos: ele não apenas acompanha o desenvolvimento das ações
como também participa delas ao se tornar confidente de quem as conta.
Além dessa primeira estratégia que visa a estreitar o elo
entre narrador e leitor, há inúmeras perguntas distribuídas ao longo de todo o
romance, convidando o leitor a participar da co-construção textual.
Como se sabe, as perguntas são mecanismos discursivos colocados em funcionamento quando se quer convocar o interlocutor ao diálogo. Sendo assim, nos parece coerente supor que, na escrita, elas mantêm seu estatuto interacional, chamando o leitor para dentro do texto.
Segundo Freitag[9],
as perguntas são marcadores prototípicos de interação, que podem pertencer a
três categorias: 1. pergunta plena; 2. pergunta semirretórica; 3. pergunta
retórica.
Da primeira categoria fariam parte as perguntas que
requerem necessariamente uma resposta por parte do interlocutor. Em Per sempre, esse tipo de questionamento é encontrado, sobretudo, quando Matteo
relembra os diálogos tidos com os visitantes da montanha, seus pais, avós e esposa.
Nesses casos, o par adjacente pergunta-resposta tem o propósito de fornecer
indícios da personalidade e modo de pensar dos personagens, ajudando o leitor
na tarefa de compor a imagem psicológica dos indivíduos:
Quella
sera stessa, durante la cena, mentre la minestra fumava nei piatti, avevo
chiesto al nonno: ‘Perché viviamo?’
Per un po’ mi aveva osservato perplesso. Poi con la sua voce bassa quella voce
che udivo così raramente, aveva detto: ‘Per
fare le cose, per farle bene. Per le bestie, per i campi.’ ‘Mangia, ché si
raffredda’ aveva subito aggiunto la nonna e il silenzio era sceso nuovamente
nella stanza.[10]
Essa categoria de perguntas favorece o pacto de leitura, então,
na medida em que sua inclusão nos diálogos possibilita que o leitor tenha um
desenho mais completo da personalidade dos personagens. Além disso, as questões
trazem maior dinamicidade às interações, o que favorece a manutenção da
leitura, já que a alternância de vozes na narrativa vivifica os atores,
trazendo dramaticidade e verossimilhança à história.
No caso das perguntas semirretóricas, estaríamos diante de
perguntas que são respondidas pelo próprio narrador. É o que ocorre no trecho a
seguir:
Siamo
sottili sfere di vetro, basta um urto minimo per trasformarci in schegge.
Quanto tempo ci vuole perché poi queste schegge tornino ad essere la bella
sfera iridescente? Nessun tempo a noi noto, perché nessun frammento è in grado
di tornare ad essere forma.[11]
São muitas as interrogações desse tipo no texto. Elas
deixam evidentes as dúvidas e, através das respostas, os posicionamentos do
protagonista. Nessa direção, é uma estratégia discursiva que leva o leitor a
enxergar o mundo a partir da lente do narrador, podendo ser interpretado como um
recurso persuasivo cujo objetivo é fortalecer as teses no romance.
Finalmente, as perguntas retóricas são aquelas que não
exigem resposta, em Per sempre, um
dos exemplos dessas ocorrências é:
Da dove
venivano le formiche, chi le aveva inventate? Chi aveva deciso che le formiche
dovessero essere formiche? [...] Com’era possibile che quei vermi bianchi e tracagnotti
[...] diventassero un giorno gli spendidi maggiolini che volavano con le elitre
inondate dal sole? Come facevano a trasformarsi? [...] se i vermi potevano
diventare delle corazzate volanti, che cosa sarei potuto diventare io?[12]
A citação deixa claro (e essa é a tônica do romance) que o
tema das perguntas retóricas não se refere unicamente à experiência do
protagonista/narrador, pelo contrário, encontra motivação na existência dos
seres vivos como um todo, o que as torna potencialmente relevantes para
qualquer leitor, situado em qualquer parte do mundo.
Além de abrangerem temas universais, as perguntas
retóricas colocadas em Per sempre têm
o efeito de humanizar o narrador, uma vez que deixam evidentes as dúvidas e
incertezas que o afligem. Dessa forma, diante de sua limitação em responder às
questões, o narrador convida o leitor à meditação, confiando a ele a busca
pelas respostas.
Reforçando essa ideia, concordamos com Ramos[13]
quando sustenta que as perguntas retóricas criam o simulacro de um diálogo,
dando a impressão ao interlocutor de que sua presença é fundamental, na medida
em que caberá a ele preencher os silêncios deixados pelo narrador.
Com o presente texto procuramos examinar como a construção
por meio do gênero epistolar assim como a formulação de perguntas gera
aproximação do leitor com o romance Per
sempre de Susanna Tamaro. No que diz respeito à primeira estratégia
discursiva, lançamos a hipótese de que a carta presentifica o narrador, confere
um senso de partilha ao texto e instaura um tom confessional, atraindo o leitor
e aumentando a empatia em relação à narrativa. Já no que tange as perguntas, sustentamos
que elas têm um caráter persuasivo, já que levam o leitor a ver o mundo como o
vê o narrador, e que criam um simulacro de diálogo, pressupondo a presença do
leitor.
Em última análise, acreditamos que esses dois procedimentos
convidam o leitor para dentro da narrativa, o que fortalece o pacto de leitura.
Para nós, a análise desses fatores é reveladora, pois ajuda a compreender as
possíveis razões para o sucesso de recepção obtido pela obra.
________________________
Como citar: FRANGIOTTI, Graziele. " Procedimentos discursivos no romance Per sempre de Susanna Tamaro". In "Revista de literatura Italiana", v. 2, n. 10, out. 2021. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/229567
[1] AGUSTONI,
P.; PETERLE, P. WATAGHIN, L. L’insegnamento
della letteratura italiana femminile nelle università: ieri e oggi. ABPI in
rete, 2020. Vídeo (2h14min) [Live]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ooM_KDNt_Ks&t=3523s.
Acesso em: 13 out. 2021.
[2] Em
todos os casos, a tradução para o português é de nossa autoria: “Eu diria que é
necessário se ocupar da literatura escrita por mulheres para procurar textos de
grande qualidade, para procurar aquilo que nos impacta, aquilo que nos
interessa, aquilo que nos diz respeito, porém, mesmo do ponto de vista da
construção política, para fortalecer, porque uma escritora cresce se tem
público, se tem respostas, se tem alguém que a lê, caso contrário, não chega
nunca a se tornar um gigante, porque não tem respostas [...] mas acredito que
um olhar mais atento para aquilo que é produzido por mulheres é oportuno, estou
convencida de que é necessário.”
[6]
FOUCAULT, M. op. cit., p. 156.
[7] “Estava
cansado, extenuado pela repetição contínua de frases de circunstância. Queria
gritar, mas, infelizmente, essa não era a minha natureza. No chão do quarto,
Davide tinha deixado uma construção de dados; montá-la e desmontá-la, nos
últimos meses, era a sua paixão: com calma concentrada erigia a torre, em
seguida, depois de ter chamado a nossa atenção, derrubava-a com a sua mãozinha.
Olhei-a um pouco, estático, depois, com um golpe seco, a fiz desmoronar. Queria
ouvir mais uma vez aquele barulho, queria imaginar o seu sorriso, e enterrar
para sempre aquele barulho e aquele sorriso na parte mais profunda do meu
coração.” TAMARO, S. Per sempre. op.
cit., p. 112.
[9] FREITAG,
R. Quem pergunta quer resposta! – Perguntas como estratégias de interação na
escrita. Revista Eletrônica Via Litterae,
v. 2, n. 2, pp. 321-335, 2010.
[10] “Naquela
mesma noite, durante o jantar, enquanto a sopa fumegava nos pratos, perguntei
ao vovô: ‘Por que vivemos?’ Por algum tempo ele me observou perplexo. Depois,
com a sua voz baixa, aquela voz que eu ouvia muito raramente, disse: ‘Para
fazer as coisas, para fazê-las bem. Para os animais, para os campos.’ ‘Come,
come que esfria’, adicionou logo a vovó e o silêncio reinou novamente no cômodo.”
TAMARO, S. Per sempre. op. cit., p.
29.
[11] “Somos
sutis esferas de vidro, basta um choque mínimo para nos transformar em cacos.
Quanto tempo é necessário para que depois esses cacos voltem a ser a bela esfera
iridescente? Nenhum tempo por nós conhecido, pois nenhum fragmento é capaz de
voltar a ser forma.” TAMARO, S. op. cit., pp. 64-65.
[12] “De
onde vinham as formigas, quem as havia inventado? Quem havia decidido que as
formigas deveriam ser formigas? [...] Como era possível que aquelas larvas
brancas e atarracadas [...] se tornassem mais tarde esplêndidos besouros que
voavam com os élitros inundados pelo sol? Como faziam para se transformar?
[...] se os vermes podiam se tornar voadores encouraçados, o que eu então poderia
vir a me tornar?”. TAMARO, S. Per sempre.
op cit., p. 25.
[13]
RAMOS, C. S. Especificidades discursivas e efeitos de sentido no gênero textual
reportagem de capa. CASA. Cadernos de
Semiótica Aplicada, v. 5, p. 1-12, 2007.
Para sempre, foi publicado no Brasil pela editora Veros, com tradução de Mario Fondelli, em 2012; Vá aonde seu coração mandar foi publicado no Brasil pela editora Rocco, com tradução de Mario Fondelli, em 1995. [nota do Editor]
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