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Literatura Italiana Traduzida ISSN 2675-4363
Giovanni Pietro Vitali
Leonardo Bianconi
Resistência italiana
em
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Imagem: Leonardo Bianconi |
Conversa com o Prof.
Dr. Giovanni Pietro Vitali: Last Letter’s
das Guerras Mundiais: formação da língua italiana, identidade e memória nos
textos do conflito.
No dia 24 de julho 2020 tive o prazer de realizar a
entrevista/conversa com o pesquisador italiano Prof. Dr. Giovanni Pietro Vitali
sobre o projeto de analise cultural, histórica e linguística das cartas dos
condenados a morte da Grande Guerra e da Segunda Guerra Mundial na Itália. A
entrevista pode ser vista no canal do NECLIT (Núcleo de
Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana) no YouTube. No intuito de
possibilitar o aprofundamento das questões discutidas na entrevista, propomos
aqui um resumo comentado, a bibliografia, as referências e os principais
endereços eletrônicos, de acordo com a sequência em que elas aparecem no vídeo.
O projeto Last Letter’s[1],
idealizado por Giovanni Vitali, teve o financiamento da bolsa de estudos da
Comunidade Europeia Marie Curie Actions, que visa á valorização
da pesquisa. Trata-se de uma bolsa sem a separação por áreas, ou seja, o
proponente de um projeto da área de humanas concorre igualitariamente com as
outras áreas. O projeto ainda contou com o auxilio do Istituto Nazionale Ferruccio
Parri, dedicado ao estudo e a análise da Resistenza italiana e da sociedade contemporânea. Desse modo, Last Letter’s pôde se integrar ao
projeto UltimeLettere
que funciona como um banco de dados onde se pode acessar as cartas já
digitalizadas acrescidas de uma biografia e outros detalhes dos condenados que
puderam escrever uma última carta. LastLetter’s
conta ainda com um canal no YouTube,
onde é possível ouvir a leitura de algumas das cartas levantadas pelo projeto e
uma longa entrevista a Luciano Boccalatte – diretor do Instituto Piemontês para
a História da Resistência e da Sociedade Contemporânea de Turim – comentando
assuntos como os tipos de últimas cartas e a diferença entre os escritores.
No início da entrevista, logo depois da
apresentação do pesquisador Giovanni Vitali, indicamos a leitura de seu livro
que na época estava no prelo, mas agora já foi publicado. Intitulado Voices of Dissent; Interdisciplinary Approaches to New Italian Popular
and Political Music, publicado em 2020 pela editora inglesa Peter Lang,
trata-se de uma análise da música política italiana dos anos de 1960 até os
dias de hoje, que pode interessar a pesquisadores italianistas no Brasil.
Dividida em quatro partes, podemos ver no primeiro
bloco da entrevista a explicação do projeto. O que chama a atenção nessa parte
é a importância, para a Itália, da ideia de “última carta” de um condenado a
morte.[2]
Segundo Vitali, essa importância se dá com a publicação da coleção de cartas
dos condenados à morte da Resistenza italiana[3],
organizada por Giovanni Pirelli e Piero Malvezzi, em 1952, ou seja, poucos anos
depois do conflito.
No prefácio de Enzo Enriques Angoletti (partigiano
e político italiano) para a primeira edição da coletânea de cartas de Malvezzi
e Pirelli podemos ler:
O povo italiano encontrou, naqueles anos, novos
valores e valores esquecidos, não tanto sepultados na tradição e na história do
nosso país, quanto presentes e por descobrir na alma de cada um.
Podemos nós, devemos nós procurar estes valores também
nas cartas que reunidas? Podemos vencer a comoção que aperta a garganta quase a
cada frase e tentar entender os profundos motivos das ações destes homens?[4]
A presente entrevista-conversai
se desenvolve justamente no sentido de pensar esses novos valores e aqueles
esquecidos, que são perpetuados ao revisitar essas últimas cartas e explorar
aquelas ainda escondidas nos arquivos de Estado e ou arquivos pessoais. Mesmo
tangenciando todo esse trabalho, lendo ou ouvindo uma carta aqui ou acolá, é
difícil permanecer indiferente ao aperto na garganta causado por algumas
palavras. Às vezes bastam apenas um nome e uma data para encher de emoção esses
escritos feitos no limiar de uma vida.
Questionado sobre o trabalho de pesquisa em
arquivos, não apenas na Itália, Vitali nos diz que um dos problemas é a questão
da definição de “última carta”, pois diante do texto deve-se verificar se
realmente trata-se de uma última carta, ou seja, que aquela carta diz respeito
a um condenado que foi executado: “existe”, pergunta-se retoricamente Vitali,
“um gênero “última carta”?”. Na ausência de dados biográficos, principalmente
de soldados prisioneiros da Primeira Guerra Mundial, esse trabalho de fazer o
levantamento e o cruzamento de informações demanda mais tempo do que a própria
pesquisa em arquivo. Contudo, Vitali reforça a importância desse passo na
pesquisa para determinar que tipo de documento tem-se em mãos: documento de
fantasia, ficcional, uma carta, ou uma última carta?
Na tentativa de uma definição de
última carta, Vitali cita a carta de Lorenzo Orsetti[5]
– jovem italiano que foi morto em 2019 combatendo contra o Estado Islâmico – para
expor o conceito de “testamento espiritual”[6],
introduzido pelo historiador Mimmo Franzinelli[7].
O testamento espiritual trata-se de um gênero textual específico, ou seja, é uma
carta em que, no momento da escrita, a pessoa não está condenada a morte e nem
em um momento de risco de vida aparente. Franzinelli apresenta cinco tipologias
de testamento espiritual que são derivadas do cruzamento de duas situações: a
captura e a presença ou ausência do pressentimento de morte. É importante notar
que, para Vitali, é justamente a existência dessas duas situações que podemos
definir como os elementos que conectam todos esses textos nos quais “o autor exorta,
admoesta, instrui, comunica seu legado espiritual e as razões de suas escolhas
e ações.” No site do projeto Ultime
Lettere, por coerência com o livro de Pirelli e Malvezzi, foram consideradas
“últimas cartas” as escritas depois da captura.
Vitali acena sobre a importância
de se estudar essas cartas, pois as últimas cartas dos condenados da Resistenza italiana “pintam, descrevem um
patrimônio antifascista e antitotalitarista, que está na base da sociedade que
nasceu depois da queda do fascismo e também da queda dos totalitarismos de
direita na Europa.”. Ele ainda acrescenta que ao comparar e analisar as cartas
de condenados da Primeira Guerra com aquelas da Segunda, no âmbito da pesquisa,
pretendia seguir os rastros da passagem que a sociedade italiana fez no momento
em que a língua italiana se torna a língua da unidade nacional. É importante
ressaltar que Vitali termina a primeira parte da entrevista comentando sobre os
formatos e os suportes de uma última carta. Lembrando que nos estudos de
material epistolar podemos estudar separadamente a mensagem do suporte que a
carrega, analisando o texto independente do suporte e, ou, vice e versa. Essa premissa é importante para percebermos que
nem sempre essas cartas se apresentam na forma clássica como, por exemplo, num
pequeno pedaço de papel dobrado e amarelado, às vezes pode ser apenas um nome e
uma data incisa na parte interna de uma bolsa, na parede como mostrado acima no
filme de Rossellini ou, ainda, sobre um pedaço de pão. Esse detalhe amplifica a
ideia de “última carta”, onde muitas vezes temos apenas o indício de que
alguém, naquela data, pode ter sido executado.
Na segunda parte Vitali comenta
sobre como nasce uma última carta, segundo ele o condenado, ou quem escreve um
testamento espiritual, não sabe que está escrevendo uma última carta. O que
defini esse momento é o pressentimento de morte. Quem decide escrever algo para
alguém como uma última mensagem é porque pressente a morte próxima. Sobre a
estrutura textual, Vitali comenta que, por conta da emotividade que envolve a
carta, o texto está fora de uma configuração formal e sempre muito próximo da
oralidade.
Sobre o conteúdo, Vitali diz que
algumas cartas surpreendem, pois nem sempre são direcionadas aos familiares ou
aos caros como podemos imaginar. No corpus de sua pesquisa consta uma carta
direcionada ao futuro governo da Itália, uma carta aos futuros dirigentes
daquele país depois da queda do fascismo, de autoria de Giuseppe Bonizzi.
Forte S. Leonardo, 30-5-44
Para o Governo da Nova Itália
Entre poucos minutos serei assassinado pela simples
culpa de ser um verdadeiro Italiano, por um pelotão de execução alemão. Não
esqueça novo governo e saiba da minha longa agonia, da viuvez de minha mulher,
mãe dos meus dois pequenos filhos. (...) [8]
Vitali comenta que, apesar da particularidade
temática dessa carta, ainda sim podemos perceber o tom de esperança, pois é
este “o elemento paradoxal de uma última carta (...). São cartas escritas a
poucos passos da morte, mas cheias de esperança: a esperança de ser perdoado no
último momento, ou a esperança de que aquele texto chegue às pessoas que ama e
a esperança de que a Itália seja, um dia, diferente.”. De uma perspectiva
comunicativa, Vitali compara uma última carta com as mensagens que estamos
habituados hoje, onde todos podem ler aquilo que outros estão pensando, a
escrita de uma última carta se torna menos invasiva. Torna-se um momento onde
tudo se congela e resta apenas o essencial.
Ao ser questionado sobre a
relação entra as cartas, o arquivo e a memória na sociedade contemporânea,
Vitali expõe o projeto do Atlas dos
Massacres Nazifascistas[9],
proposto pelo Istituto Nazionale Ferruccio
Parri, para comentar sobre o trabalho de sobrepor os locais dos massacres,
das prisões e das cartas.
Fig. 1 Mapa desenhado e publicado no perfil de Giovanni Vitali nas redes
sociais. (18 de outubro de 2018). |
Esse esforço gerou um material
muito interessante onde é possível ver os
deslocamentos no mapa e no tempo[10]
das ações das tropas nazifascistas. Vitali diz que essa memória, essas
lembranças da Primeira e da Segunda Guerra são fragmentadas e que a função do
pesquisador é justificar, historicamente, os fatos contados. Neste ponto da
entrevista ele comenta que publicou, nas redes sociais, um mapa (Figura 1)
juntando informações prévias da pesquisa associando as cartas de condenados ao
espaço geográfico italiano, gerando uma cartografia dos massacres que puderam
ser separados segundo seus executores: pontos vermelhos massacres realizados
pelos nazistas; pontos pretos realizados pelos fascistas e pontos verdes
massacres cometidos por nazistas e fascistas em colaboração. Esta publicação
lhe gerou muitos comentários e replicações que expuseram uma problemática
ideológica, que Vitali identificou como “sinal de que os materiais que saem do
arquivo, que depois são repertoriados (...) quando você coloca esses dados no
papel, no computador nesse caso, (...) e realmente desencadeia questões fortes
e memórias diferentes de fatos históricos.” Como legenda do mapa na sua página
de face book, Vitali escreveu que
Esta é a primeiríssima elaboração dos dados colocados
sobre o mapa: um rascunho que logo completarei.
Quando alguém vos diz frases como “o fascismo é antes
de tudo um sorriso” (Luca Marsella), ou ainda um “ministro” que faz grosseiro
citacionismo social com frases do Duce,
pensem neste mapa dos massacres perpetrados e terão uma imagem daquilo que o
fascismo foi para o nosso país. (tradução nossa).
Baseado na memória pessoal,
Vitali comenta sobre suas lembranças das festas de comemoração da Resistenza e da libertação da Itália para
tecer algumas relações entre memória e a música Bella Ciao.
Canção que deveria integrar todos os setores políticos e sociais vai, com o
tempo, sendo abandonado por uma parte e sendo assumida pela outra parte,
aumentando o espaço entre esses setores que dificulta a construção de um
dialogo em tempo hodierno.
Sobre Bella Ciao, Vitali a define como uma música de amor que se conecta
com os contos populares italianos. Ele cita duas versões mais conhecidas, sendo
uma a versão política que nomeia o resistente italiano e outra cantada pelo
grupo italiano chamado Le Mondine (nome que também se refere às mulheres que colhiam o arroz
nos arrozais do norte da Itália), versão na qual é retratada as dificuldades do/a trabalhador/a
rural. Ainda sobre a versão política, nessa conversa conseguimos estabelecer
uma relação direta entre o texto de Bella
Ciao com uma última carta, pois trata-se também de uma despedida para
seguir a luta pela liberdade, é nítido no texto da canção a esperança por essa
liberdade, ao custo da própria morte. A esperança e a morte estão representadas
na canção pela flor plantada no alto da montanha (local de refúgio e
organização dos resistentes na Segunda Guerra Mundial na Itália).
Na terceira parte da entrevista,
Vitali comenta sobre a língua das cartas dos condenados a morte entre a língua
literária de léxico amplificado e a língua camponesa/dialetal do
combatente. Vitali chama a atenção para
o fato do forte fator emotivo no momento escrita, isso poderia nos fazer pensar
em um texto mais livre, contudo não é o que se observa nos textos das cartas,
pois o alfabetização escolar estava
completamente atrelada à língua literária. Vitali diz que é comum encontrar
construções sintáticas dialetais/agramatical com o uso de um léxico literário
com termos complexos.
Ainda sobre a questão da língua
italiana, Vitali é questionado se existe relação entre a interlíngua
dialeto/italiano com a interlíngua dos estudantes de italiano como língua
estrangeira. Vitali diz que o fenômeno linguístico mais facilmente observável
nas cartas é o contato entre língua oral e língua escrita.
A última pergunta feita a Vitali
é, antes de tudo, uma provocação. Questionei se os condenados a morte que
escreveram uma última carta foram traídos pela história, ou seja, o movimento
de libertação e a esperança desses combatentes seguiram o curso esperado?
Vitali é categórico na resposta, dizendo que sim, foram traídos pela história. Contudo
ele deixa claro que o discurso que se abre é bastante retórico. Vitali diz que
nos escritos de Beppe Fenoglio[11]
– escritor e partigiano – descobriu “a
resistência dos homens para além da resistência das ideias”, fato para ele
importante, pois a Resistenza teve um
valor, mas ela é traída quando se escuta frases como “o fascismo fez coisas
boas”. Para ele a liberdade nunca é gratuita, ela foi presenteada aos italianos
de hoje. Segundo Vitali a Resistenza também
é traída no momento em que a esquerda italiana se faz um valor exclusivo desse
passado e a direita opera uma recusa do mesmo, pois a libertação da Itália
deveria representar o valor de todos os integrantes daquela nação e também para
além de suas fronteiras.
Para Vitali o problema que se
cria na Itália é que as discussões sobre a Resistenza,
ou até mesmo sobre a Primeira Guerra, são transformadas em um “derby” –
expressão popular do ambiente esportivo que diz respeito à disputa entre dois
grupos/times rivais – o que dificulta o diálogo sobre as bases da sociedade
italiana constituídas depois da luta contra o nazifascismo. Vitali ainda diz
que as polarizações na Itália são um reflexo da tendência italiana de auto
absolver-se das responsabilidades. Vitali dá o exemplo do período colonialista,
dizendo que é comum ouvir discursos como: “mas nós italianos éramos
diferentes”, ou ainda, “quando fomos nós os imigrantes, íamos para trabalhar”.
Nesse caso Vitali lembra que a Itália também exportou, com a emigração, um
sistema criminoso mundialmente conhecido e eternizado no cinema: a máfia.
Vitali reforça o fato de que essas questões devem ser lembradas e discutidas,
pois a luta contra o racismo e fascismo deve ser constante.
Agradecemos imensamente ao Prof.
Dr. Giovanni Pietro Vitali por se disponibilizar para essa conversa e pelas
informações aqui fornecidas.
Carta de uma condenada à morte
No último bloco, no intuito dar
voz a um desses condenados que escreveram uma última carta e de reinvocar o
modo das mulheres de viver a Resistenza,
Vitali lê a última carta de Irma Marchiani[12]
(Nome de batalha: Anty), vice-comandante e combatente partigiana, executada as 17h00min
horas de 26 de novembro de 1944. Segue a tradução:
“Sestola, da “Casa do Tiglio”, 10
de agosto de 1944
Caríssimo Piero, meu adorado irmão,
A decisão que hoje tomo, mas já
há muito tempo pensada, me diz que eu devo escrever a você essas linhas.
Acredito que você me compreenderá, porque você sabe muito bem que sou de
vontade, faço, isto é, sigo o meu pensamento, o ideal que também por um dia
nosso avô sentiu, já estou em uma Formação (de resistentes), e lhe digo que o
meu comandante tem muita estima e confiança em mim. Espero ser útil, espero não
decepcionar os meus superiores. Não lhe surpreende esta minha decisão, verdade?
Estou convencida de que também
seria a sua, se tantas coisas não lhe atormentassem. Bem, basta apenas uma da
família e esta sou eu. Quando um dia vocês receberem a resposta a uma carta de
Pally onde eu o convidei aqui, entre outras coisas ela me respondeu “que
direito tenho eu de fugir do perigo comum?” É verdade, mas eu não estava aqui
para estar calma, eu estava porque esta cidadezinha agrada ao meu espirito,
está no meu coração. Agora tudo é triste, os acontecimentos em curso escondem
até as coisas belas com um véu triste, No meu coração se criou a ideia
(infelizmente não sentida por muitos) de que todos, mais ou menos, devem dar a
sua contribuição. Esse chamado é tão forte que sinto muito profundamente, que
depois de ter arrumado todas as minhas coisas, parto contente.
“Você tem no olhar algo que me diz que saberá
comandar”, me disse o comandante, “a sua mente dá o máximo de confiança; eu não
teria nem sonhado em assumir mulheres, mas você sim”. E ele tinha me visto
apenas duas vezes.
Saberei cumprir o meu dever, se
Deus me deixar me presentear com a vida serei feliz, se diferentemente for não
chore e não choreis por mim.
Peço-lhe uma coisa apenas: não
pense em mim como uma irmãzinha malvada. Sou uma criatura de ação, o meu
espirito necessita divagar, mas são todos ideais altos e belos. Você sabe muito
bem, caro irmão, sob minha expressão calma, quieta talvez, se esconde uma alma
desejosa por alcançar algo, a imobilidade não é para mim, talvez os longos anos
passados me imobilizaram o físico, mas a vontade nunca esteve adormecida.
Deus quis que eu estivesse mais do que pronta
hoje. Pense em mim, caro Piero, me abençoe. Agora todos vocês estão em perigo,
de qualquer modo um pouco em todos os lugares. Portanto lhe saúdo e lhe beijo
muito muito e lhe abraço forte.
Sua irmã Paggetto
Agradeça e saúda Gina.
Como citar: BIANCONI, Leonardo. " O que é uma carta de um condenado a morte?". In "Revista de Literatura Italiana", v. 3, n. 3, set-dez, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/240149
[1]
Disponível em: <http://www.ultimelettere.it/LastLetters/>. Acesso em:
07/07/2021.
[2] Como
indicativo da importância das cartas dos condenados para a sociedade italiana é
interessante ver como elas aparecem no filme “De crápula a Herói” (1959) (Il generale Della Rovere) de Roberto
Rossellini. Na trama o trapaceiro Bordone (Vittorio De Sica), que mantém
contato com as repartições da ocupação nazista na Itália, deve se passar pelo
general Della Rovere, chefe da resistência, para obter informações ao
suboficial alemão de quem é cumplice. No presídio onde assume esse papel,
Bordone se sensibiliza com as “cartas” dos condenados que estão escritas nas
paredes da cela e pergunta ao carcereiro se as famílias foram informadas do
destino daquelas pessoas. É nítido no filme que o que toca Bordone e o faz
passar de crápula a herói são as cartas daqueles prisioneiros, já condenados e
executados, incisas na parede do cárcere.
[3] PIRELLI, G; MALVEZZI, P.
Lettere dei condannati a morte
della Resistenza italiana (8 settembre 1943-25 aprile 1945).
Torino: Einaudi, 1951.
[4] MALVEZZI, P.; PIRELLI, G. Lettere dei condannati a morte della
Resistenza italiana. Torino: Einaudi Editori, 2003, p. XIV. Trad. nossa.
[5]Disponível
em
<https://www.firenzetoday.it/cronaca/lorenzo-orsetti-ucciso-isis-lettera-addio.html>
Acessado em 06/09/2022.
[6] Disponível em: <
http://www.ultimelettere.it/?page_id=105> Acessado em 06/06/2022.
[7] FRANZINELLI, M. Ultime lettere di condannati a morte e di
deportati della resistenza 1943-1945. Milano:
Ed. Mondadori, 2006.
[8] BONIZZI, Giuseppe, Disponível
em: <http://www.ultimelettere.it/?page_id=52&ricerca=697&doc=941>.
Trad. Nossa.
Acesso em: 07/07/2021.
[9]Disponível
em: <http://www.straginazifasciste.it/>. Acesso em 04/02/2021.
[10]Disponível
em: <https://digitalkoine.github.io/atlas_nazifascist_chronology/>. Acesso em 04/02/2021.
11] Sobre
Beppe Fenoglio e sobre a canção Bella
Ciao consultar a dissertação de mestrado BIANCONI, Leonardo. Bandidos e heróis: os partigiani na
Resistenza de Beppe Fenoglio, 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/107312/321215.pdf?sequence=1&isAllowed=y>
Acesso em: 15/02/2021.
[12] A
biografia e a carta com o texto original esta disponível em: <http://www.ultimelettere.it/?page_id=52&ricerca=82&doc=513> Acesso em: 15/02/2021 (Tradução nossa.).
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